JORNAL EXTRA - Azul quer abrir capital de plano de fidelidade

01 de Setembro de 2015

RIO E SÃO PAULO - A companhia aérea Azul planeja abrir o capital de seu programa de fidelidade Tudo Azul, seguindo os passos das rivais TAM e Gol. Desde agosto, o Tudo Azul deixou de ser uma área de negócios da aérea e se tornou uma empresa independente, com CNPJ e equipes próprios. O IPO (Oferta Pública Inicial de ações, na siga em inglês) da nova subsidiária não exclui a abertura de capital da holding, que já foi adiada três vezes.

Criado em 2009, o Tudo Azul deve passar a marca de seis milhões de membros e 60 parceiros até o fim do ano. É o caçula do setor. O Smiles foi criado pela antiga Varig em 1994 e, sob direção da Gol — que comprou a aérea em 2007 —, teve seu capital aberto em 2013. Tem cerca de dez milhões de membros. A Multiplus, da TAM, passou a ser listada na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em 2010 e fechou o semestre com 13 milhões de membros e 400 parceiros.

  — Ela (a Tudo Azul) virou uma subsidiária integral da Azul, o que é um primeiro passo para eventualmente fazer algum tipo de parceria, alguma abertura de capital — disse Antonoaldo Neves, presidente da Azul.

AZUL EM ‘FRANCA EXPANSÃO’, DIZ EXECUTIVO

A abertura de capital da Tudo Azul não compromete os planos de fazer o IPO da Azul. Segundo o executivo, a aérea está em franca expansão e, para isso, vai precisar de recursos:

— O IPO não é um destino, é uma ferramenta que, em algum momento, a gente vai usar para fazer a Azul crescer.

As companhias que nasceram de programas de fidelidade valem mais que as holdings e são lucrativas, ao contrário das empresas-mãe. A Smiles tinha valor de mercado de R$ 5,9 bilhões ontem, mais de três vezes o valor de mercado da Gol (R$ 1,4 bilhão). Tanto Smiles como Multiplus terminaram o segundo trimestre no azul. Já a Gol teve perda de R$ 355 milhões no trimestre. A TAM não divulga balanço.

— Não é lógico essas empresas valerem mais que as que lhes deram origem. Mas há uma percepção no mercado de que elas vão crescer mais que as aéreas — explica André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company.

Copyright © 2015 Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização - ABEMF. Todos os direitos reservados.